Por Larissa Slhessarenko Ribeiro
Setembro!! Mês de conscientização, mês que abre espaço para reflexões, chamando atenção para a importância de se cuidar das emoções. Mês que trás incentivo a percepção, ao diálogo franco, amoroso, para que as pessoas se sintam seguras em falar sobre o assunto a que se remete o mês: prevenção e posvenção ao suicídio.
Cuidar de si, ter olhar para o outro, e tudo isso é amor, portanto, o amor precisa estar em evidência! Setembro AMARelo!
Ressaltando que este cuidado devemos ter todos os dias, não só neste momento.
O que o mês de Setembro faz então ? Ele vem pra chamar nossa atenção para essa necessidade de se cuidar do emocional, mas cuidar todos os meses!
Como sempre digo e sabemos, a saúde mental é complexa, compreende ter maior autoconhecimento para então, contribuir para melhorar as relações intrapessoal e interpessoal. A autoanálise, nem sempre é fácil, mas é fundamental para se estar bem, principalmente neste momento que estamos vivendo de dias desafiadores, onde nossas emoções estão sendo postas à prova a cada segundo.
As dores humanas, por serem um fenômeno multifatorial, devem ser tratadas em conjunto, pois não podem ser comparadas, explicadas, mensuradas e tampouco compreendidas por apenas um “olhar”, ou seja, demandam trabalho interdisciplinar (vários profissionais da saúde).
É necessário acolher quem está sofrendo, respeitando a sua história e oferecendo ajuda. É tempo de se falar/conscientizar/esclarecer a respeito das emoções e não negá-las, pois quando buscamos informações e orientações corretas, temos maiores condições de melhorar.
Alguns indicadores de proteção importantes, pois servirão de “remédio” frente a situações estressantes, são: relações interpessoais significativas; satisfação com a vida; ter razões para existir/motivações para querer viver. Mas sabemos que em situações de crises emocionais, o que observamos é: falta de sentido na vida; pessimismo; desesperança; instabilidade de humor; desespero; desamparo; ansiedade, estresse acentuado; problemas associados ao sono (excessivo ou insônia); agressividade; desejo de vingança; sensação de estar preso e sem saída; isolamento de: família, amigos, eventos sociais; aumento do uso de álcool e/ou outras drogas; impulsividade e interesse por situações de riscos.
O tratamento, inicia com a percepção/o reconhecimento (aceitação) e respeito por parte das pessoas que estão de alguma forma ligada ao sujeito com o sofrimento emocional. Pessoas estas – rede de apoio – que farão toda a diferença na procura e manutenção de ajuda profissional.
Importante:
– Procurar o mais rápido possível, o médico (um médico de confiança do paciente e/ou da família sendo importante frisar que a especialidade que cuida do emocional na medicina é a psiquiatria, portanto o ideal que se busque o psiquiatra), para se fazer o diagnóstico e já iniciar tratamento medicamentoso;
– Iniciar tratamento psicológico (psicoterapia);
– lembrando que existe o CVV – Centro de Valorização da Vida, que atende 24 horas por dia através do número de telefone : 188
E existem as terapias complementares, como: atividade física; alimentação adequada com apoio de um nutricionista; massagens; cãoterapia, equoterapia entre outras terapias com animais; religião; trabalhar, desde que não seja fator estressante. Tem também atividades como: cantar, tocar, dançar, costurar, desenhar, pintar, ler, estudar, escrever, fazer crochê. “Algo que seja do interesse do paciente, lhe dê prazer.
Muitas vezes o tratamento requer medicação, porém, esse paciente pode não ter condições emocionais para fazer o tratamento sozinho, ou seja, é importante ter alguém para dar o remédio para ele, porque o mesmo poderá tomar de forma errada ou até não tomar comprometendo o quadro de saúde.
Caso a pessoa já tenha expressado a vontade de morrer, são necessários outros cuidados como, nunca deixá-la sozinha. Tudo pode ser um risco. O melhor é afastar objetos cortantes, retirar armas de fogo da casa, porque quando em crise, ela pode procurar algo para tentar tirar a sua vida. Por isso também se fala em não deixar a pessoa em crise de depressão sozinha.
Frisamos que a depressão é um quadro emocional e físico, que vai evoluindo com o tempo e quando a pessoa chega num estado extremo da depressão, a família que já vem sofrendo junto de alguma forma, pode adoecer com algumas enfermidades por vivenciar tamanha dor que seu ente querido sente e muitas vezes esse fato faz com que a família não enfrente a depressão por saber que tem um difícil conteúdo. Mas salientamos, que apesar de todo esse quadro é preciso que os familiares encontrem forças/caminhos para encarar o problema e ajudar o seu familiar a se tratar e curar antes que desista de viver. Encarar/falar sobre e agir, são gestos de amor e de coragem. Precisamos sim, falar sobre sentimentos!
Ressaltando que tristeza é sentimento normal a todos os seres humanos em alguns momentos da vida, mas depressão já é doença.
Desejo que as pessoas possam encontrar “mais VIDA” e sentido em seus dias.