As hepatites virais são infecções causadas por vírus que agridem o fígado podendo levar a complicações como cirrose, câncer (hepatocarcinoma) e à morte. O gastroenterologista e endoscopista Roberto Barreto, da Clínica Vida Diagnóstico e Saúde, fala sobre tipos de vírus, sintomas, diagnóstico e tratamento por ocasião do Dia Mundial Contra as Hepatites Virais, celebrado em 28 de julho.
De acordo com o especialista, são conhecidos 5 vírus: A, B, C, D e E, sendo que os vírus A B e C são os mais frequentes no Brasil. “As hepatites virais são doenças silenciosas que nem sempre apresentam sintomas, mas, quando estes aparecem, podem ser cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras”, pontua.
Dr. Roberto Barreto aproveita a data para alertar sobre a importância do diagnóstico das hepatites B e C para instituir o tratamento, e que é realizado por meio do teste rápido, disponível nos serviços de saúde.
Em relação à hepatite A, o médico explica que a principal via de contágio é a fecal-oral por meio de água e alimentos contaminados. Também tem sido identificado o contágio relacionado às práticas sexuais. Sua ocorrência está relacionada ao saneamento básico inadequado e condições de higiene precária.
Já a hepatite B tem como principal via de transmissão a relação sexual desprotegida, mas pode ocorrer também via parental, a exemplo da transfusão sanguínea, compartilhamento de agulhas e seringas, material de manicure, piercings, tatuagem, escova de dente, lâminas de barbear e demais instrumentos que cortam ou furam. Ainda pode ser transmitida de mãe para filho na gestação e parto.
Quanto à hepatite C, a principal via de transmissão é a parenteral. “São consideradas populações de maior risco para a infecção para a hepatite C as pessoas que fizeram uso de transfusão se sangue e hemoderivados antes de 1993, usuários de drogas injetáveis, inaladas ou pipadas, pessoas com tatuagens e piercings e que compartilham instrumentos de uso pessoal”.
Tratamento
Existe cura para a maior parte das hepatites virais. O problema é que muitas vezes a doença não é diagnosticada. Segundo Dr. Roberto Barreto, as hepatites virais não tratadas podem evoluir para cirrose, câncer e até levar à morte.
No Brasil, a hepatite viral mais comum e mais letal é a do tipo C, responsável por mais de 70% das mortes por hepatites virais.
“O tratamento da hepatite A, que é uma doença aguda, se baseia em dieta e repouso. Geralmente melhora em algumas semanas e a pessoa adquire imunidade, ou seja, não terá uma nova infecção”, informa o especialista.
Quanto às hepatites B e D, têm tratamento e podem ser controladas, evitando a evolução para cirrose e câncer e a hepatite C tem cura em mais de 90% dos casos quando o tratamento é seguido corretamente.
Prevenção
Só existem vacinas contra as hepatites do tipo A e B. Porém, quem se protege contra a B, já se previne contra a D. Para os demais tipos, o importante é se prevenir das seguintes formas:
– Vacinar-se contra hepatites A e B
– Usar preservativos em todas as relações sexuais
– Não compartilhar seringas, alicates, lâminas ou quaisquer instrumentos cortantes ou perfurantes
– Não ingerir água não potável
– Lavar alimentos antes do consumo
– Lavar as mãos após ir ao banheiro
“A hepatite tem cura. Existem testes rápidos e exames laboratoriais para detectar a presença dos vírus. Importante registrar que todas as hepatites virais devem ser acompanhadas pelos profissionais de saúde, pois as infecções podem se agravar”, alerta Dr. Roberto Barreto. O teste pode ser feito gratuitamente em qualquer unidade da rede básica de saúde ou enviando um WhatsApp para 0800 882 8222.