Em entrevista ao programa Elga & Você, da TV Pantanal, Canal 22, a pediatra e patologista Natasha Slhessarenko, responsável técnica da Clínica Vida Diagnóstico e Saúde, tirou dúvidas sobre a pandemia da Covid-19.
A especialista defendeu que cuidados individuais são extremamente necessários para evitar a propagação do novo coronavírus e também deu explicações sobre os tipos de testes para diagnosticar a doença.
A médica defendeu o confinamento da população e alertou sobre a importância de se estar sempre buscando informações através de fontes confiáveis. Natasha também relembrou a cultura asiática, cuja população há anos utiliza máscara para se proteger e proteger o próximo de possíveis doenças.
“Se você pode, fique em casa. Não vá para a rua, se não precisa. Mantenha suas crianças dentro de casa. Precisa sair? Saia de máscara. Neste momento nós somos obrigados por normas, mas poderia se tornar algo corriqueiro. Esse vírus é de transmissão respiratória e não vai desaparecer e uma hora para outra”.
Sobre os testes, Natasha Slhessarenko explicou que um deles detecta o vírus e o outro pesquisa anticorpos.
O teste denominado PCR pesquisa o vírus e tem uma sensibilidade de 63%. Este é o teste padrão ouro para a covid-19 de acordo com a patologista.
“63% significa a capacidade de ser positivo entre os doentes. Isso quando o exame respeita algumas condições, como o paciente estar apresentando sintomas, ser bem colhido e a coleta ter sido realizada entre o segundo e o sétimo dia dos sintomas”, observa a médica.
O outro teste serve para detectar os anticorpos, que são as defesas que o organismo produz em resposta a uma infecção.
“Quando o paciente entra em contato com a doença, nos primeiros dias ele colhe o PCR. Somente depois de 15 dias é que começam as produções de anticorpos. Não adianta fazer o exame se está com sintomas, que vai dar resultado negativo para a presença de anticorpos”.
A médica também falou sobre o exame sorológico convencional, que é o exame de sangue comum, que deve ser realizado 15 dias após os sintomas ou pelo menos três semanas após um contato suspeito com a doença.
Ela destacou que é importante sempre tomar cuidados, mesmo sem sintomas, visto que estudos comprovam que o paciente assintomático também expele o vírus, mesmo que menos já que não espirra ou tosse.
Slhessarenko esclareceu, por fim, que também não há como saber se pacientes que já tiveram a doença estão imunes para novas infecções relacionadas ao novo coronavírus e que nem todos os pacientes desenvolvem os anticorpos neutralizantes.
“É tudo muito novo. Muita coisa já foi estudada, muita coisa já foi descoberta, mas ainda tem muita coisa a se descobrir. Infelizmente a gente ainda não tem essas respostas”, finalizou.