Ao tossir, milhares de gotículas de saliva contendo o novo coronavírus são eliminadas. É nesse momento em que acontece a contaminação pelas vias respiratórias, por isso a lei do uso obrigatório das máscaras individuais ainda vigora em todo o estado, inclusive aqueles que já se encontram imunizados.
Para a médica pediatra e patologista Natasha Slhessarenko, responsável técnica pela Clínica Vida Diagnóstico e Saúde, a proteção se faz importante devido às manifestações do novo coronavírus, o SARS-COV2, pelo amplo espectro de apresentação clínica, em que, mais de 85% dos casos são assintomáticos ou apresentam sintomas leves ou moderados. Cerca de 15% apresentaram evolução da doença para os quadros graves e críticos.
Ela ainda ressalta que, por não saber quem pode estar ou não infectado, pelos casos assintomáticos existirem (mais de 85%), o mais correto é manter os cuidados sanitários recomendados para evitar a propagação da doença a quem pode ter um agravamento dela.
É notado que, na ausência dos sintomas, muitas pessoas acabam retirando a proteção do rosto sob o pretexto de estar se sentindo bem e, muitas vezes, acabam transmitindo e espalhando o vírus, mas “muitos estudos científicos comprovaram que, mesmo os indivíduos estando assintomáticos, ou seja, que não apresentam sintomas, ou mesmo antes de surgirem os sintomas, na chamada fase pré-sintomática, eles têm o vírus ativo e podem transmiti-lo a outras pessoas”, explica.
Quando o paciente não apresenta tosse, a transmissão acaba sendo menor, mas não afasta com que essa pessoa seja um transmissor do novo coronavírus. “E, como não sabemos quem pode estar ou não infectado, o correto então é sempre realizar a higienização das mãos, manter o distanciamento de, no mínimo, 1,5 metro, evitar aglomerações, preferir ambientes ventilados e, usar corretamente a máscara como forma de proteção do nariz e boca, e para finalizar, sair de casa apenas quando houver necessidade”, complementa.
As medidas são importantes para barrar o avanço da doença. A especialista informa que nos casos mais graves, os pacientes necessitam da internação hospitalar, muitas vezes em unidades de terapia intensiva com suporte ventilatório e, não raro, precisando ser entubados. Em alguns casos há até o uso do ECMO, sigla em inglês para Oxigenação por Membrana Extracorpórea, dispositivo que oferece suporte cardíaco e respiratório, o ”pulmão artificial”.
Natasha lembra que o uso das máscaras protege quem usa, funcionando como uma barreira mecânica por dificultar entrada ou saída de partículas contaminadas. Entretanto, é importante destacar que a máscara deve ser de qualidade. Não devem ser usadas máscaras de crochê, tricô, máscaras muito fininhas ou máscaras de pano que não sejam de 3 camadas.
Vale lembrar que o período de incubação do vírus pode variar de um a quatorze dias, mas na maioria dos casos, o período de incubação é de 5 dias.
“Por isso ainda é de extrema importância que todos usem a máscara corretamente, bem ajustada e tampando o nariz e boca, evitando assim que o vírus seja expelido ou inalado pelas vias respiratórias”, reforça.
Outras sequelas da Covid-19
A especialista informa que, além dos pulmões, também há casos de acometimento do sistema nervoso central ou periférico, sendo as manifestações mais frequentes a dor de cabeça, tontura, hiposmia ou anosmia (redução ou perda de olfato), hipogeusia ou ageusia (redução ou perda do paladar).
Também já foram descritos casos com acometimento cardíaco, com destaque para arritmias e miocardite (inflamação do coração). Outros órgãos e sistemas que também podem ser acometidos pela COVID-19 e incluem a pele, os rins e alterações do sistema de coagulação sanguínea.
“Todas estas medidas, aliadas à vacina, são fundamentais para a manutenção da vida”, finaliza a médica.