Este ano o PNI – Programa Nacional de Imunizações – completa 50 anos e é o maior programa de vacinação do mundo. Hoje temos aproximadamente 40.000 salas de vacinas distribuídas pelos 5.570 municípios brasileiros. Trazemos a pauta por ocasião do Dia da Imunização, celebrado em 9 de junho.
O Brasil já ocupou lugar de destaque entre os países com maiores índices de cobertura vacinal.
A cultura da vacinação sempre foi muito forte no país. Em 1994 as Américas foram certificadas como livres da poliomielite dada as altas coberturas vacinais. Em 2016, recebemos o certificado de erradicação do sarampo emitido pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS/OMS). Entretanto, perdemos essa posição três anos depois por causa das baixas coberturas vacinais.
Ao longo dos anos, o status de ser um dos países que mais vacina no mundo se perdeu. No universo infantil, entre 2019 e 2021, 11,6 milhão de crianças não receberam nenhuma dose da vacina DTP, que previne difteria, tétano e coqueluche.
A informação foi apresentada no último relatório lançado pelo Unicef no dia 20 de abril. O trabalho traz um alerta para a urgência de retomar as coberturas vacinais infantis em todo o planeta.
Para incentivar a jornada de imunização e contribuir com o aumento dessa cobertura, uma das propostas consideradas eficientes é levar a vacinação à casa das pessoas. Para que seja seguro aplicá-la fora das unidades de saúde, é importante garantir toda uma logística especializada, que se inicia desde o agendamento do serviço. Também é imprescindível contar com embalagens de armazenamento adequadas e pessoas bem treinadas, preparadas para prestar o melhor atendimento.
Seguindo as normas de segurança necessárias, o atendimento domiciliar proporciona mais aconchego para a família, principalmente para as crianças, que se sentem mais seguras e acolhidas, já que são mais sensíveis às mudanças de rotina e aos ambientes estranhos.
Outras estratégias também podem melhorar o engajamento desse público, tais como ampliar o horário de atendimento de postos de vacinação, levar alguns imunizantes às escolas e universidades, informar à população dos riscos das doenças imunopreveníveis e voltar com as campanhas.
A vacinação é o segundo melhor investimento em saúde que pode ser feito para a população, estando atrás apenas da garantia do consumo de água potável, de acordo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
E a jornada de imunização é uma das medidas mais importantes para assegurar a saúde e o bem-estar das crianças, adolescentes, adultos, gestantes, e idosos, imunodeprimidos por toda a vida.
Natasha Slhessarenko é médica patologista clínica e pediatra, mestra e doutora pela USP, Profa da UFMT, Representante dos médicos de Mato Grosso no Conselho Federal de Medicina, Diretora médica do Alta Diagnósticos em São Paulo e da Vida Diagnóstico e Saúde em Várzea Grande.