De tão importante que é o tema, este ano a OMS traz como desafio a “medicação sem dano”, alertando para as práticas de medicação insegura e erros de medicação, que são as principais causas de lesão e danos evitáveis no sistema de saúde no mundo todo.
Acredita-se que o custo relacionado a erros de medicação está estimado em cerca de 42 bilhões de dólares ao ano, e os erros podem acontecer em diferentes etapas, desde a hora da prescrição à hora da administração da medicação.
Esses erros acontecem quando os sistemas de medicação são fracos ou inconsistentes ou por fatores humanos como fadiga, mal-estar, cansaço, condições ruins de trabalho ou falta de pessoal. Tudo isso pode afetar a prescrição, a dispensação, administração e monitoramento, o que pode resultar em danos graves.
Para termos uma ideia, a meta da OMS é reduzir em 50% os danos da automedicação, que é a terceira causa de eventos adversos, podendo ser de natureza muito grave.
Mas, quais são os danos representados pela automedicação? Uma coisa é automedicação e outra coisa é a segurança da medicação, tanto no hospital quanto em casa ou unidade de saúde.
Em ambos os casos, todos os cuidados envolvendo a segurança do paciente devem ser tomados.
Cuidados como checar o nome do paciente, a medicação, dose e intervalo adequados, e também é importante fazer com que o paciente repita o nome do medicamento que ele está usando.
A automedicação também é muito grave porque ela pode ter consequências extremamente deletérias. Os efeitos adversos da medicação são muito grandes, a começar por intoxicação, dependência, alergia, pode interferir com outros medicamentos que o paciente já toma, potencializando ou minimizando o efeito.
Pode ainda esconder doenças, pois se o paciente está sentindo alguma dor, ele toma o remédio e melhora dessa dor, mas pode ser algo grave.
Daí a importância de falarmos sobre a automedicação, que aqui no Brasil é cultural. Você vai na farmácia e compra o remédio, você acaba tomando o remédio que algum familiar tomou e deu certo pra ele, sem contar que muitas vezes o acesso de saúde é complicado, e muitas vezes o paciente acaba comprando a medicação sem prescrição. Os medicamentos que mais estão na lista da automedicação são analgésicos, antitérmicos e anti-inflamatórios.
Lembrando que os antibióticos quando tomados sem um critério podem ser extremamente perigosos. Além dos efeitos adversos, eles mudam toda a flora intestinal, podem causar gastrite, e também resistência bacteriana onde as bactérias ficam mais resistentes aos antibióticos.
Já os anti-inflamatórios podem levar a insuficiência renal se usados com frequência e sem uma orientação médica.
Por fim, vale reforçar que a maioria dos danos relacionados à medicação podem ser prevenidos com a adoção de práticas de segurança em todo o ciclo do uso de medicamentos nos serviços de saúde.